Moro num castelo, cheio de magias, sonhos e encantos, definitivamente o lugar que toda princesa sonharia. Todas as noites, sem exceção, debruço-me sobre a janela a procura do belo rapaz boemio que um dia avistei.
Lembro-me que tinha uma estatura razoável, com cabelos negros, e olhos castanhos, melhor dizendo, um sujeito muito bem apresentável.
Seus olhos tinham um brilho maravilhoso, olhos marotos que me deixavam ainda mais encantada quando se encontrava com meu olhar. Que olhos meu Deus! Desenhados pela mão do Pai, assim como os lábios, carnudos, molhados... Me perdia em tanta beleza.
Mas acontece que os tais lindos olhos se perderam dentre a multidão, foi-se, partiu sem rastros! Sei que dentro de mim, intacto está.
Se voltará? Não sei.
Sua imagem insiste em perturbar entrando em minha mente, revirando minha cabeça, fazendo com que eu literalmente sonhe acordada.
Hoje, talvez eu até creia que foi o tempo quem errou, mas me e o culpei durante tempos.
Ultimamente, deparando-me com o mar chego a pensar que ele trás a mim a mensagem de que desistir é uma fraqueza, que não tentar é um erro, que se entregar é uma bobagem, que ser feliz é preciso.
Enquanto o tempo se encarrega de corrigir os erros passados, de apaziguar as situações,
cuidarei de mim, e de longe lhe observarei,
querendo e desejando-lhe uma imensa felicidade, muito amor mas, poucos amores,
rezando para que um dia aquele mesmo mar traga-o de volta aos meus braços, para que compartilhemos tudo que um dia juntos sonhamos.
Ana Luiza Azevedo
-Definitivamente, em historinhas sou uma negação completa! rsrs
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