Meu Avô, Meu Orgulho. Sempre

 

 

'Cinco anos, realmente, o tempo passou.

A saudade não dá tréguas, a dor aos poucos vai amenizando, a cada pouco o pensamento lá em você.

Ainda te sinto me abraçando, com carinho e ternura que refletiam no brilho dos olhos, seus cabelos negros repletos de conhecimento, sabedoria, experiências. Tuas palavras mais doces aos poucos me soam aos ouvidos, me fazendo recordar cada riso, desde o mais singelo ao mais extravagante e forçado.

Confesso, tive medo de esquecer-me, não de ti, mas das brincadeiras, das bronquinhas, de um simples gesto de carinho e daquele colo que me acalmou quando o choro persistiu.

Vivo em utopias, naquelas que sei que com certeza te orgulhariam. E mesmo sem ti, eu juro, hei de te fazer sentir orgulhoso, hei de te fazer sentir tão feliz que será impossível se conter. Narrará a notícia para os anjos que te acompanham, e juntos brindarão minha vitória.

Parte de mim foi contigo, meu sonho era que esta parte pudesse me trazer de novo o timbre da sua voz, a paz que seu abraço trazia, e a caridade que o senhor nos ensinava.

Meu amor pelo senhor é desmedido, impossível saber quem sou e não saber do orgulho que trago no peito por ser sua neta, por trazer comigo seu sangue, seu sobrenome. Peço a Deus metade da sua paciência, parte da sua garra, do seu respeito com o próximo, e do seu carinho com as crianças.

As lágrimas escorrem pelos olhos falando de ti, escorrem pela saudade, pelo amor, pelo orgulho.

Texto dedicado ao meu avô, Orlando Azevedo.

Ana Luiza Azevedo